quinta-feira, 15 de junho de 2017

Soneto fora de forma

13/6/17

Me disseram que estou meio fora de forma.
Assustei-me, será que não dava para me enxergar?
Ponderei e percebi que na verdade há uma fôrma
A qual todos devem se enquadrar.

Ufa, existo, por fim! Apenas não sou aceita
Pelo olhar alienado desta maldosa seita
Que corta, aperta, estica e de tudo inventa
Para dizer que você não é perfeita.

Ufa de novo, pois só é perfeito o pronto,
Já acabado, sem possibilidades de mudar. 
Para mim é você um bicho tonto

Se quer acabar com a sua vida para caber
Onde querem te encaixotar.
Para mim o mundo é o limite, quero sim é viver!

Sinto-me adequada, saudável, possível
E imensamente, satisfatoriamente humana.
Tenho forma gorda, forma perfeitamente viável
Daquela que vive e à vida ama.

Você sempre tenta cortar-me para encaixar
Em uma medida exata e estreita de aceitar.
Não sou pé de lótus, não quero espartilho,
De todas as tuas amarras do que posso me desvencilho.

Flutuo com meu corpanzão nas possibilidades de ser
Sem aparar minha capacidade de ser pela balança,
Por que queres não me porei a tristemente padecer

Sendo que às estrelas minh'alma alcança
Enquanto minha cabeça é a única presença
Sobre meu corpo, foco da tua doença.


sexta-feira, 24 de março de 2017

Acontece em novembro

   Eu aniversario em novembro, e isso me faz perceber muitas coisas que se referem a esse mês, que para mim é importante e lindo. Pois bem, uma coisa que reparo é que há diversas histórias de terror e suspense que acontecem em novembro, ou têm seu apice em novembro, e aqui vou colecionar algumas delas, na ordem que eu lembrar ou ler/vir  a partir daqui:

FRANKENSTEIN

O diário do capitão Robert Walton que encontra Victor Frankenstein começa no dia 27 de março de 1796. Porém, no cap 5 do livro em inglês e no audiolivro que ouvi em seu capítulo 6 há a descrição de que :
"It was on a dreary night of November that I beheld the accomplishment of my toils. With an anxiety that almost amounted to agony, I collected the instruments of life around me, that I might infuse a spark of being into the lifeless thing that lay at my feet. It was already one in the morning; the rain pattered dismally against the panes, and my candle was nearly burnt out, when, by the glimmer of
the half-extinguished light, I saw the dull yellow eye of the creature open; it breathed hard, and a convulsive motion agitated its limbs."

Audiolivro
"Foi numa noite lúgubre de novembro que contemplei a realização de minha obra. Com uma ansiedade que quase chegava à agonia, recolhi os instrumentos a meu redor e preparei-me para o ponto culminante do meu experimento, que 15 seria infundir uma centelha de vida àquela coisa inanimada que jazia diante dos meus olhos. A chuva tamborilava nas vidraças. Então, deu-se o prodígio."

Acontece de nascer a criatura de Frankenstein em novembro, ó só! (November rain, tem sentido agora kkkk)


IT A COISA: LIVRO STEPHEN KING
O The Black Spot, nightclub só de negros, sofre um atentado dos brancos de classe média da cidade de Derry, numa "noite negra de sábado de novembro".

Outlander
Nasce Brianna 

A espera de um milagre
john coffey é executado em 18/11/1932..

DOM CASMURRO
uma tarde de Novembro de 1857 a denúncia sobre Bentinho e a filha de tartaruga.

A cartomante
Acontece em novembro

NA VIDA REAL

Eu nasci em 15 de novembro de 1982, coisa linda! ;)

Bram Stocker nasceu em  8 de novembro de 1847, em Dublin, ele era irlandês.

REvoluções russas em 1917

John F. Kennedy/Assassinato -22 de novembro de 1963, Dallas, Texas, EUA
Estreia do primeiro episódio de Doctor who 23 de novembro de 1963

segunda-feira, 13 de março de 2017

Resenha crítica do filme Capitão fantástico

   Para começar quero dizer que é um ótimo filme, trazendo os questionamentos do extremismo de
forma chocante e caracterizada, e com seu final fantástico que mostra que o que mais vale é o equilíbrio e o respeito.
   Porém, precisamos falar sobre Claire. Não a psicopata, pois não há nenhum nesse filme, mas a morta. Eu leio o filme como uma denúncia grave sobre as condições da mulher na sociedade e tão graves que mostra que a mulher é invisível.
   Não negarei spoilers e por isso venho começar aqui a falar da introdução do filme, que se dá de forma a nos fazer simpatizar com a família que vive na floresta de forma quase militar. Digo isso pelo sistema de rotina que eles têm, e que logo se mostra muito mais uma milicia, visto os ideias de esquerda que eles trazem, e confesso que fiquei encantada com o ensino das crianças baseados na verdade, leitura e reflexão. O protagonismo e a independência eram claros como foco da educação do grupo.
   E eu via aquilo tudo e me perguntava: "Onde está a mulher?"
   Tudo começa com o Bo caçando um alce (desculpem se não acertei o nome do animal, não entendo dessas diferenças), para o seu ritual de passagem, no qual o pai o define como homem. Guardem esse momento, pois ele é importante para a revelação do papel da mulher na sociedade.
   Bem, ela nem nos foi apresentada. Na manhã seguinte, quando Ben vai com o seu filho mais velho Bo, à cidade mais próxima, os outros filhos cobram uma posição sobre o retorno da mãe, que estava longe a três meses e duas semanas, segundo diz uma de suas filhas.
   Ao ligar para a casa onde a mulher deveria estar, a irmã dela informa que na noite anterior Claire se suicidou, cortando os pulsos. Então nós descobrimos que na verdade o filme é contado do ponto de vista do Ben.
   Isso é muito importante também, já que por isso sabemos muito pouco do que é Claire.
   Uma família de um homem e mais seis filhos não é aceita no funeral devido Às mágoas do pai de Claire que não deseja o homem lá, já que ele culpa Ben pelo estado da filha, que estava em sua casa para tratamento.
   Segundo Ben, Claire tinha um problema com deficiência em neurotransmissores que não levavam para o cérebro a serotonina. Depois descobrimos que ela tinha transtorno bipolar. Ainda mais adiante descobrimos, pela narrativa de Ben, que ela tinha desenvolvido esse transtorno depois de ter o Bo, provavelmente resultante de uma depressão pós parto.
   Diz ainda que eles resolveram sair do sistema social quando Bo tinha entre 3 e 4 anos, para se estabelecerem na floresta quando ele tinha oito anos. Vivendo de forma isolada, educando os filhos em casa, com um olhar estrangeiro e superior para a sociedade que eles menosprezavam. E isso fica muito claro quando no banco uma das crianças mais jovens questiona sobre o peso das demais pessoas, gordas, que estão no ambiente. Eles começam a caçoar e são repreendidos posteriormente por eles mesmos, e arrematam dizendo que só caçoam dos católicos.
   Eles resolvem ir ao funeral, mesmo com o risco de Ben perder a guarda dos filhos.
   Antes disso ele sonha com Claire, a mulher do sonho está feliz e denota concordar com tudo o que há em torno deles, uma clara postura do olhar de Ben sobre a esposa dele.
  Ela será enterrada, mesmo contra o seu desejo, pelo pai. Eles desejam conceder o desejo da mulher morta e a cremar e jogar as cinzas em uma provada pública, depois de dançarem e cantarem em seu enterro. Esse é o único momento em que todos da família dela, sem contar os pais, a ouvem. Ela viveu muitos anos sofrendo desde momentos de euforia extrema até à desolação catatônica, e aqui eu vejo um estereótipo do Anticristo - filme de Lars Von Trier -, quando ele diz que achou que ele conseguiria ajudá-la assim. Como quando o marido decide cuidar da esposa doente pela perda do filho, assim como Claire perde o filho quando ele vira homem.
   A mudança para essa vida extrema era uma maneria de ajudar a mulher se curar, segundo ele.
  Ela não era ouvida e passou a agir de forma subversiva principalmente com o filho Bo, levando-o a fazer provas de aptidão para as faculdades mais renomadas dos EUA, sem que Ben, o pai, participasse ou entendesse, o que segundo ele era uma situação inferior, já que ele entendia que ninguém conseguiria ensinar mais nada ao filho.
   Essa mulher que é mãe e suicida, tem uma morte de virgem, com os braços cortados o sangue que vem é como o sangue da pureza e do sacrifício, ela morre como a mais pura mulher, antes mesmo de ser a mulher, já que o problema dela é ser mulher, e estar diante de uma sociedade extrema em que em nenhum momento a deixou ser, permanecer ou viver em paz.
   Seu pai a oprimiu com o extremo capitalismo, seu esposo a oprimiu com a extrema ideologia de esquerda e ela não pode ter o que mais queria, que era um meio termo. Antes de se suicidar ela já estava morta e a sua morte vem no momento em que ela deixa de ser mãe, visto que se mata no dia em que o filho mais velho, aquele com o qual ela teve a primeira relação materna, vem a tornar-se homem. Esse rompimento é claro e mostra que ela suportou o máximo que pode, porém, não mais que isso.
   Toda a saga se dá quando a família decide ir ao funeral e cremar a mãe. E mesmo assim ainda não foi dada a devida voz a mulher. Depois de ser enterrada, contra a sua vontade o filho do meio, o que parece mais psicopata, com uma atuação estupenda no momento da notícia da morte da mãe, acaba decidindo ficar com o avo, pois ele sabia que o pai não tinha dado a mãe ouvidos, e esse garoto acaba revelando ao pai o quanto ele estava sendo extremista e o enfrenta, como há de ser contra qualquer ditadura.
   Ao tentar "sequestrar" o filho, uma das meninas acaba por cair e se ferir gravemente, e ele decide deixar as crianças com o avo, pois ele nunca foi capaz de cuidar bem dos filhos, e a mulher não desejava mesmo que eles continuassem a viver de forma extrema. Quando o pai cede, ele ouve a mulher e aí ela pode contracenar, mesmo que apenas como um corpo morto em um caixão, ma cena linda e revoltante, do ponto de vista dos sacrifícios que uma mulher deve fazer para ser ouvida.
   Ela é cremada e o filho mais velho resolve viajar, em vez de seguir qualquer um dos planos que a mãe ou o pai tivessem, e isso é revelador, pois assim ele passa a ter identidade própria e não a ser um pedaço do pai ou da mãe que se propaga pela Terra, o que em geral é uma aberração.
   Ela aparece no filme 3 vezes, duas em sonho com o marido e o corpo dela sendo levado do cemitério, durante o restante do filme é apenas uma sombra que jaz sendo honrada, desonrada, desejada, idealizada, repudiada, exposta, ignorada... tudo, menos ouvida.
   Para tanto, acredito que a crítica a condição feminina está aí, mesmo que não seja clara, dentro dessa mudez reservada à mulher dentro de qualquer sistema, seja ele capitalista ou comunista visto que ambos são patriarcais.
   Acho que agora só nos resta a comemorar o aniversário de Chomsky.


(testo escrito sem revisão, qdo der revisarei)
 

quarta-feira, 8 de março de 2017

Dia internacional da mulher, pela mulher

8/3/17

Hoje, nas rádios, há muitas homenagens às mulheres, com músicas cantadas e tocadas por elas.
Hoje, na televisão, há especiais com mulheres que são apresentadoras, atrizes, produtoras, fotógrafas, câmeras, maquiadoras, estilistas e assim por diante.
Hoje, nas empresas há parabéns, declarações de admiração, flores e faixas, talvez chocolates.
Hoje, nas casas as mulheres podem receber um parabéns, uma homenagem com a louça lavada, um almoço, flores, bombons...
HOJE, NAS RUAS, AS MULHERES CHAMAM PARA QUE ISSO NÃO SEJA UM ATO DE HIPOCRISIA. CHAMADA MUNDIAL.
Com uma gama tão grande de produção das mulheres, com qualidade em cultura, serviços e produtos, temos uma amostra do quanto sua obra é apagada, mulher.
Se você pensou que aquele médico mais capaz do hospital era um homem, se você pensou que um chefe de cozinha é melhor cozinheiro, se você faz piada com mulheres ao volante, sem contar as outras violências como salários inferiores, retirar a aposentadoria especial, assédio na rua, violência doméstica entre tantas violências que sofremos no dia a dia, séculos a fio, homenagens não bastam.
Agradeço pela amostra anual de nossa capacidade, sinto muito pelo motivo de que isso só faça parecer que não temos capacidade, visto que todas essas áreas valorizam a produção masculina acima das nossas, como se fosse um curativo, nos enganando, já que na verdade é rica e maravilhosa a nossa contribuição à sociedade.
Não retirem nossos direitos adquiridos, melhorem os direitos que não são garantidos, deem-nos descontos em livros de todas as áreas, incluindo as que parecem ser dos homens, deixem-nos ter bolsos nas calças para não precisarmos usar bolsas, caso desejemos.
Aceitem nossos corpos como corpos, aceitem nossas existências com legitimidade.
Não acredite no discurso dominante que diz que já está muito bom do jeito que está, pois não está, estamos morrendo em partos desumanos, em abortos ilegais, em casa, pelas mãos de nossos companheiros, pais, irmãos, filhos, estamos sofrendo violências ao caminhar na rua, sem saber se chegaremos em casa inteiras ou vivas, ao pagar mais caro pelo mesmo produto feito "para a mulher".
Ainda não está bom, não está tudo bem, e não é por que no dia das mulheres você reflita, que seja o suficiente.
Obrigada por hoje, dedique-se nos outros dias, homens e mulheres, sobre nossas condições.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Pedagogia do medo 30/1/2017

Somos criados à base de imperativos:
Sente-se!Somos criados à base de imperativos:
Sente-se!
Levante-se!
Cale-se!
Fale!
Pare!
Não faça!
Faça!

Deveríamos ser criados à base de orientações:
Sente-se para mantermos a ordem.
Levante-se para demonstrar respeito.
Cale-se no momento da aula.
Fale quando for oportuno.
Pare quando estiver desagradando alguém.
Não faça se for prejudicial.
Faça se não lhe fizer mal, assim como a mais ninguém.

É difícil lidar com as relações
Quando para ser há uma receita,
Que te molda aos tropeções
Em vez de dar-nos diversas orientações
Para que as melhores escolhas nos permita.
Levante-se!
Cale-se!
Fale!
Pare!
Não faça!
Faça!

Deveríamos ser criados à base de orientações:
Sente-se para mantermos a ordem.
Levante-se para demonstrar respeito.
Cale-se no momento da aula.
Fale quando for oportuno.
Pare quando estiver desagradando alguém.
Não faça se for prejudicial.
Faça se não lhe fizer mal, assim como a mais ninguém.

É difícil lidar com as relações
Quando para ser há uma receita,
Que te molda aos tropeções
Em vez de dar-nos diversas orientações

Para que as melhores escolhas nos permita.

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Sinopse das Obra perturbadora I e II

Sinopse do livro Obra perturbadora
“Sempre do ponto de vista de crianças, suas protagonistas, os contos da Obra Perturbadora pretendem mexer com seu leitor, trazendo experiências de leitura com finais abertos e incongruências propositais, que podem até parecer em primeiro momento uma falha da autora, porém, o resultado no leitor é, em geral, atingido e previsto durante a produção deles.
Prepare-se para sentir estranheza, insegurança, suspense, violência, e principalmente a expectativa que traz a melhor sensação do suspense. A autora busca em alguns contos contextualizar o seu leitor para depois apresentar um desfecho incongruente ou violento, ou de uma forma muito distinta não contextualiza o leitor e dá toda a situação ocorrida e o que se espera é que a experiência do leitor trabalhe com as questões que surgem, de forma a trazer a tona a própria personalidade do leitor, seja instigando-o a buscar respostas que não terá, a se revoltar com a falta de informação desejada ou a lidar com o prazer da sensação atingida na leitura. Que tipo de leitor é você? Um detetive, que quanto mais instigado mais busca saber? Um frustrado que para a leitura por não aceitar o jogo da autora? Um imaginativo que complementa as histórias com as possibilidades e se delicia seja com o contexto que lhe é cobrado ou com o desfecho que é incongruente?
Descubra-se lendo a Obra Perturbadora, contos curtos e rápido de terror e suspense que trazem desde os mais clássicos terrores psicológicos até os mais modernos, influenciados pelo Edgar Alan Poe, Stephen King, Lovercraft, entre outro e o cinema do século XX e XXI.”
http://inquietacoesdelauralucy.blogspot.com.br/search/label/Obra%20Perturbadora


Sinopse do livro Obra perturbadora II
“Sempre do ponto de vista de adultos sobre as crianças, os contos da Obra Perturbadora II pretendem mexer com seu leitor, trazendo experiências de leitura com finais abertos e incongruências propositais, que podem até parecer em primeiro momento uma falha da autora, porém, o resultado no leitor é, em geral, atingido e previsto durante a produção deles.
Prepare-se para sentir estranheza, insegurança, suspense, violência, e principalmente a expectativa que traz a melhor sensação do suspense. A autora busca em alguns contos contextualizar o seu leitor para depois apresentar um desfecho incongruente ou violento, ou de uma forma muito distinta não contextualiza o leitor e dá toda a situação ocorrida e o que se espera é que a experiência do leitor trabalhe com as questões que surgem, de forma a trazer a tona a própria personalidade do leitor, seja instigando-o a buscar respostas que não terá, a se revoltar com a falta de informação desejada ou a lidar com o prazer da sensação atingida na leitura. Que tipo de leitor é você? Um detetive, que quanto mais instigado mais busca saber? Um frustrado que para a leitura por não aceitar o jogo da autora? Um imaginativo que complementa as histórias com as possibilidades e se delicia seja com o contexto que lhe é cobrado ou com o desfecho que é incongruente?
Descubra-se lendo a Obra PerturbadoraII, contos curtos e rápido de terror e suspense que trazem desde os mais clássicos terrores psicológicos até os mais modernos, influenciados pelo Edgar Alan Poe, Stephen King, Lovercraft, entre outro e o cinema do século XX e XXI.”